Egressos de licenciatura e qualidade de vida: uma leitura ontológica do ser social

Resumo

O presente trabalho abarca investigação com egressos de licenciaturas da Universidade do Estado de Minas Gerais, focando nas relações entre as categorias: formação, vida e trabalho. O objetivo foi analisar a ontologia do ser social, relacionando a formação vivenciada, o trabalho e a qualidade da vida cotidiana, a partir do olhar dos egressos. De abordagem qualiquantiva, a pesquisa fez uso de questionário para coleta de dados, que foram categorizados e analisados dentro de uma perspectiva hermenêutico-crítica. Os resultados apontam: que o gênero feminino tem o maior percentual de representatividade dos egressos; que negros e pardos ainda são minoria entre os concluintes das licenciaturas;  que pessoas jovens e pertencentes às classes sociais C e D estão em maior número nas licenciaturas;  que a maioria de egressos está satisfeita com a formação recebida e pouco satisfeita com a remuneração do magistério, embora tenham declarado melhoria na qualidade de vida após a conclusão do curso de licenciatura. Os dados apontam que a qualidade de vida não tem relação direta com a remuneração. No entanto, infere-se que não é possível conceber o ser social como um elemento descolado da materialidade da vida. Trata-se de um todo complexo, sempre em movimento, interligando as esferas espiritual, afetiva, histórica, política, econômica e social. A categoria trabalho objetiva a satisfação das necessidades humanas e, nesse sentido, caminha na direção da sua humanização.

Abstract

This study involves research with graduates from the State University of Minas Gerais focusing on the relationship among the categories of education, life, and work. It aims to analyze the ontology of social being, correlating the experienced education, work, and the quality of everyday life from the perspective of the graduates. Employing a qualitative-quantitative approach, the research used a questionnaire to collect data, which was categorized and analyzed within a hermeneutic-critical framework. The results show: the female gender with the highest percentage of graduates; that black and brown people are still a minority among graduates; that young people and those belonging to social classes C and D are more likely in education programs; that most graduates are satisfied with the training received and dissatisfied with the remuneration in teaching, although they have reported an improvement in quality of life after completing the education program. The data suggests that quality of life is not related to remuneration. However, we can infer that it is not possible to conceive the social being as a detached element from the materiality of life. It is a complex whole, always in motion, interconnecting the spiritual, affective, historical, political, economic, and social spheres. Therefore, the category of work aims at satisfying human needs and, in this sense, moves towards its humanization.